Nos últimos 30 anos apenas por duas vezes assistimos a uma desvalorização anual superior à que existiu no ano passado no principal índice acionista americano S&P 500. Com uma desvalorização de -19,44% em 2022 o índice registou um desempenho negativo pouco frequente que foi, aliás, acompanhado pela maioria dos principais índices de referência mundiais.
O Gráfico 1 confirma a raridade dos anos em que se registam desvalorizações neste índice. Ainda assim estes fazem parte do normal funcionamento dos mercados.
No caso de 2022 as subidas agressivas das taxas de juro por parte dos bancos centrais para combater a inflação, os receios de uma recessão, a guerra na Ucrânia e a preocupação com o COVID-19 na China são apontados como os principais motivos para o comportamento registado nos mercados acionistas. Com estas preocupações ainda por resolver, o que esperar de 2023?
Se voltarmos ao Gráfico 1 para analisar o comportamento do S&P 500 nos anos seguintes a anos negativos verificamos que existe tendência para uma inversão rápida das desvalorizações. Apesar das circunstâncias em cada período histórico terem sido sempre distintas, a verdade é que os investidores não têm necessitado de esperar muito tempo para voltar a ver os ativos das suas carteiras a valorizar.
O ano de 2023 arranca com diversos desafios já referidos nomeadamente o controlo da inflação, a evolução da guerra na Ucrânia e da situação do COVID-19 na China.
Nos EUA a inflação começa a dar sinais de abrandamento indiciando que as medidas tomadas e a rápida escalada das taxas de juro por parte da Reserva Federal Americana (FED) já estarão a dar os seus resultados. Na Europa ainda não existem dados conclusivos de que a inflação possa estar a abrandar, mas é esperado que no decorrer do ano tal situação aconteça. Convém recordar que a FED teve uma postura mais agressiva no combate à inflação do que o Banco Central Europeu (BCE) o que pode justificar este desfasamento temporal do abrandamento da inflação. Importa relembrar que em 2022 a FED subiu as taxas de juro de 0.25% para 4.5%, enquanto que o BCE se ficou por uma subida de 0% para 2.50%.
O ritmo de abrandamento da inflação e as políticas definidas pelos bancos centrais deverão em 2023 ter um papel fundamental na definição do comportamento dos mercados acionistas. Um abrandamento substancial da inflação deverá significar um alívio nas políticas dos bancos centrais o que se pode traduzir numa inversão de tendência nos mercados acionistas face a 2022.
A guerra na Ucrânia será outro dos acontecimentos em destaque dada a sua influência no preço da energia e produtos alimentares que por sua vez tem um impacto direto nas economias (pessoas e empresas). A forma como continuar a decorrer, a sua duração e, eventualmente, o seu desfecho terão certamente influência no comportamento dos mercados em 2023.
Por fim, a evolução da situação relativa ao COVID-19 na China terá também um papel preponderante em termos globais já que as medidas governamentais que possam daí advir poderão condicionar fortemente as cadeias de abastecimento e o fornecimento dos mais diversos bens às económicas de todo o mundo. Aliás ao recente alteração da política Covid 19 Zero, veio dar um novo alento aos mercados que viram esta alteração como um regresso da China ao mercado global a partir do segundo semestre de 2023.
Finalmente, a questão que interessa a grande parte dos investidores: com base nestes desafios é prudente investir neste momento ou aguardar? Historicamente verificamos que estes momentos são a maior parte das vezes excelentes alturas para investir. As desvalorizações criam frequentemente oportunidades para os investidores de longo prazo poderem beneficiar da recuperação que normalmente se segue. A melhor forma do investidor particular conseguir uma exposição diversificada e global aos mercados acionistas e aproveitar as melhores oportunidades é através de fundos de investimento. Estes são geridos por uma equipa profissional de gestores que acompanha e analisa em permanência o mercado oferecendo soluções de investimento que, no caso da Optimize, estão disponíveis a partir de um investimento mínimo de cerca de 15 euros (valor de 1 U.P.).