Com a recente descida da taxa de juro dos Certificados de Aforro, esta solução de investimento tornou-se menos apelativa. Neste artigo analisamos que soluções de investimento alternativas de baixo risco existem.
Os Certificados de Aforro são títulos de dívida emitidos pelo Estado português, através do Instituto de Gestão do Crédito Público (IGCP). Trata-se de um investimento de renda fixa já que os juros são pagos periodicamente e são geralmente considerados uma opção de investimento segura, uma vez que são garantidos pelo Estado Português.
A rentabilidade dos Certificados de Aforro é indexada à taxa Euribor a 3 meses e tem um prémio de remuneração adicional que é reajustado trimestralmente. Esta solução de investimento vinha a ganhar particular popularidade desde o ano passado, já que o Banco Central Europeu (BCE) iniciou um ciclo de subida das taxas de juro, o que teve impacto direto na rentabilidade proporcionada por este produto.
No entanto, recentemente foi anunciada uma descida substancial da taxa de juro máxima dos Certificados de Aforro, assim como nos prémios de subscrição e de permanência, o que os torna menos apetecíveis e totalmente incapazes de compensar os níveis de inflação que atualmente se vivem.
Se por um lado os ciclos de subida das taxas de juro podem favorecer produtos cuja rentabilidade se encontra associada à Euribor (como os certificados de aforro), por outro, quando se inicia o processo inverso, existem outras soluções que se podem tornar mais atrativas.
Um bom exemplo disso são as obrigações. As obrigações são instrumentos financeiros de dívida emitidos por entidades públicas, como governos, ou privadas, como empresas, com o objetivo de angariar fundos para financiar as suas atividades. Quando um investidor compra uma obrigação, está a emprestar dinheiro ao emissor da obrigação. Em troca, o emissor compromete-se a pagar ao investidor um valor fixo de juros, conhecido como cupão, em intervalos predeterminados até à maturidade da obrigação, momento em que o valor nominal da obrigação é devolvido ao investidor. As obrigações são, por isso, consideradas investimentos de rendimento fixo e são frequentemente populares entre investidores que procuram uma fonte estável e previsível de rendimento com baixa volatilidade.
A relação entre as taxas de juro e o preço das obrigações é inversa. Quando as taxas de juro descem, o preço das obrigações existentes tende a subir. Este movimento ocorre porque as obrigações emitidas anteriormente, que pagam juros a uma taxa mais elevada, tornam-se mais atrativas para os investidores, quando comparadas com as novas obrigações que são emitidas a uma taxa de juro mais baixa. Esta situação aumenta a procura por estas obrigações mais antigas, fazendo com que o seu preço tenda a subir no mercado secundário, ou seja para além do cupão, o investidor beneficia do efeito de valorização da cotação.
O investimento direto em obrigações nem sempre é atrativo para investidores particulares. Por um lado, muitas obrigações possuem mínimos de investimento elevados ou são exclusivas para investidores institucionais, por outro todos os custos envolvidos podem impactar de forma drástica a rentabilidade da obrigação. Vejamos um exemplo:
Obrigação com um valor nominal de 1 000 euros | |
Cupão | 5% |
Maturidade | 10 anos |
Comissão de subscrição | 0,25% com um mínimo de 25 euros + imposto de selo |
Comissão de custódia anual | 24 euros + IVA |
Comissão por cupão | 2,00% com um mínimo de 2,50 euros + IVA |
Comissão de reembolso | 0,20% com um mínimo de 2,50 euros + IVA |
Com base nestes pressupostos retirados de uma instituição financeira portuguesa que permite o investimento direto em obrigações, temos:
Investimento inicial: 1 000 euros
Comissão de subscrição: -26 euros
Investimento efetivo: 974 euros
Pagamento anual de cupão bruto: 50 euros
Imposto (retenção na fonte a 28%): -14 euros
Comissão de pagamento de cupão: -3,08 euros
Comissão de custódia anual: -29,52 euros
Comissão de reembolso: -0,31 euros (3,08 euros / 10 anos)
Rentabilidade líquida anual: 3,09 euros (50 euros – 14 euros – 3,08 euros – 29,52 euros – 0,31 euros)
Taxa de rentabilidade líquida anual: 0,32% (3,09 euros / 974 euros)
É impressionante constatar como partindo de um cupão de 5,00%, investindo 1 000 euros numa Obrigação, podemos chegar a uma rentabilidade líquida anual pouco superior a 0,30%! Assim, principalmente para montantes baixos, o investimento direto em obrigações pode tornar-se muito pouco atrativo apesar da ilusão de que um cupão alto possa proporcionar. No entanto, as boas notícias é que pode investir em Obrigações de uma forma muito mais eficaz!
A exposição a obrigações através do investimento em fundos é uma das formas mais eficazes dos investidores particulares aproveitarem o potencial desta classe de ativos. Quer seja através de um fundo composto apenas por Obrigações como o Global Bond Fund, ou através de um fundo de investimento com elevada proporção de Obrigações como o PPR Moderado, é possível diminuir de forma drástica os custos enunciados em cima. Além disso um investidor institucional tem acesso a melhores condições e oportunidades de investimento, ou seja, a emissões de obrigações que apenas podem ser vendidas a investidores institucionais e não aos particulares, o que, juntando a uma equipa de gestão profissional, permite investir no mercado obrigacionista com perspectiva bastante positiva a longo prazo e de forma a superar a inflação.
O Global Bond Fund é um fundo de obrigações premiado pela Morningstar (Melhor Fundo Nacional de Renda Fixa em 2020) e pela FundsPeople constituindo assim uma das melhores formas de aproveitar o retorno potencial desta classe de ativos nos próximos anos.
Com uma exposição mínima a obrigações de 85%, o PPR Moderado é outra alternativa de investimento em obrigações com a vantagem de usufruir de uma fiscalidade mais favorável por se tratar de um plano poupança reforma.
Aproveite o potencial das Obrigações com a Optimize e valorize as suas poupanças com a descida das taxas de juro que se perspetiva para breve!